Olá, queridos alunos do 9º ano!
Hoje a revisão é sobre concordância verbal.
Concordância verbal
Ocorre quando o verbo se flexiona para
concordar com seu sujeito.
Sujeito Simples
Regra Geral
O sujeito sendo simples, com ele
concordará o verbo em número e pessoa.
Veja os exemplos:
A
orquestra tocou uma
valsa longa.
3ª p. Singular 3ª
p. Singular
Os pares que rodeavam a
nós dançavam bem.
3ª p. Plural 3ª p. Plural
Casos Particulares
Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que
fazem o falante hesitar no momento de estabelecer a concordância com o verbo.
Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada pelo significado de
expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de
singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a
seguir.
1) Quando o sujeito é formado por
uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de,
metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um
substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou
no plural.
Por Exemplo:
A maioria dos jornalistas aprovou
/ aprovaram a ideia.
Metade dos candidatos
não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos,
quando especificados. Por Exemplo:
Um bando de vândalos destruiu
/ destruíram o monumento.
Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a
unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque aos elementos
que formam esse conjunto.
Concordância verbal (casos particulares II)
2) Quando o sujeito é formado por expressão que
indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto
de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o
substantivo. Observe:
Cerca de mil pessoas participaram da
manifestação.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas
últimas Olimpíadas.
Obs.: quando a
expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem
reciprocidade, o plural é obrigatório:
Por Exemplo:
Mais de um colega se
ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um ao outro)
3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância
deve ser feita levando-se em conta a ausência ou presença de artigo. Sem
artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo
no plural, o verbo deve ficar o plural.
Exemplos:
Os Estados
Unidos possuem grandes universidades.
Alagoas impressiona pela beleza das praias.
As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.
4) Quando o sujeito é um pronome
interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns,
poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de
vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na
terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Veja:
Quais de nós são /
somos capazes?
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões
inovadoras.
Obs.: veja que a opção por uma ou outra forma indica
a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou
escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa
está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou
escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa
como uma denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no
singular, o verbo ficará no singular.
Por Exemplo:
Qual de nós é capaz?
Algum de vós fez isso.
Concordância verbal (casos particulares III)
5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve concordar com
o substantivo.
Exemplos:
25% do orçamento do
país deve destinar-se à Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração
do prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.
Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo,
o verbo deve concordar com o número. Veja:
25% querem a
mudança.
1% conhece o assunto.
6) Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a
concordância em número e pessoa é feita com o antecedente do pronome.
Exemplos:
Fui eu que paguei a
conta.
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na
presença de um homem.
7) Com a expressão "um dos que", embora
alguns gramáticos considerem a concordância facultativa, a preferência é pelo
uso do verbo no plural, para concordar com a palavra que antecede o
pronome relativo “que”.
Por Exemplo:
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os
poetas.
Se você é um dos que admiram o
escritor, certamente lerá seu novo romance.
Atenção: Na linguagem corrente, o que se ouve,
efetivamente, são construções como: "Ele foi um dos deputados que mais lutou para
a aprovação da emenda". Ao compararmos com um caso em que se
use um adjetivo, temos: "Ela é uma das alunas
mais brilhante da sala." Ao invertermos as frases, fica claro
que o emprego das formas no plural está adequado: "Das alunas mais brilhantes da
sala, ela é uma." |
Concordância verbal (casos particulares IV)
8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", pode-se
utilizar o verbo na terceira pessoa do singular ou em concordância com o
antecedente do pronome.
Exemplos:
Fui eu quem
pagou a conta. / Fui eu quem paguei a
conta.
Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o
muro.
9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª
pessoa do singular ou plural.
Por Exemplo:
Vossa
Excelência é diabético?
Vossas Excelências vão renunciar?
10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de
acordo com o numeral.
Por Exemplo:
Deu uma hora
no relógio da sala.
Deram cinco horas no relógio da sala.
Obs.: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o
verbo concordará com esse sujeito. Por exemplo:
O tradicional relógio da praça matriz
dá nove horas.
11) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum sujeito, são usados
sempre na 3ª pessoa do singular. São verbos impessoais:
Haver no sentido
de existir;
Fazer indicando tempo;
Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Exemplos:
Havia muitas garotas
na festa.
Faz dois meses que não vejo meu pai.
Chovia ontem à tarde.
Concordância verbal (sujeito composto)
Sujeito Composto
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a concordância se
faz no plural:
Exemplos:
Pai e filho conversavam longamente.
(Sujeito)
Pais e filhos devem conversar
com frequência.
(Sujeito)
2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais
diferentes, a concordância ocorre da seguinte maneira: a primeira pessoa do
plural prevalece sobre a segunda pessoa, que por sua vez, prevalece sobre a
terceira. Veja:
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a
decisão.
Primeira
Pessoa do Plural (Nós)
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Pais e filhos precisam
respeitar-se.
Terceira Pessoa do
Plural (Eles)
Obs.: quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda
pessoa e um da terceira, é possível empregar o verbo na terceira pessoa do
plural. Aceita-se, pois, a frase: "Tu e teus irmãos tomarão a
decisão."
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a
existir uma nova possibilidade de concordância: em vez de concordar no plural
com a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo
do sujeito mais próximo. Convém insistir que isso é uma opção, e não uma
obrigação.
Por Exemplo:
Faltaram coragem e
competência.
Faltou coragem e competência.
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a
concordância é feita obrigatoriamente no plural. Observe:
Abraçaram-se vencedor
e vencido.
Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
Casos Particulares
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou
quase sinônimos, o verbo pode ficar no plural ou no singular.
Por Exemplo:
Descaso e desprezo marcam /
marca seu comportamento.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em
gradação, o verbo pode ficar no plural ou concordar com
o último núcleo do sujeito.
Por Exemplo:
Com você, meu amor, uma hora, um
minuto, um segundo me satisfazem / satisfaz.
No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza a unidade
de sentido que há na combinação. No segundo caso, o verbo no singular enfatiza
o último elemento da série gradativa.
Concordância verbal - sujeito composto (casos particulares II)
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por "ou"
ou "nem", o verbo deverá ficar no plural se a
declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos.
Por Exemplo:
Drummond ou Bandeira representam a
essência da poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a
resposta.
Quando a declaração contida no predicado só puder ser atribuída a um dos
núcleos do sujeito, ou seja, se os núcleos forem excludentes, o
verbo deverá ficar no singular. Por exemplo:
Roma ou Buenos
Aires será a sede da próxima Olimpíada.
Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um)
4) Com as expressões "um ou outro" e "nem
um nem outro", a concordância costuma ser feita no singular,
embora o plural também seja praticado.
Por Exemplo:
Um e outro compareceu
/ compareceram à festa.
Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com",
o verbo pode ficar no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
mesmo grau de importância e a palavra "com" tem
sentido muito próximo ao de "e". Veja:
O pai com o
filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
para o próximo semestre.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a ideia
é enfatizar o primeiro elemento.
O pai com o
filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos
para o próximo semestre.
Obs.: com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito
composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões "com o
filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de
companhia. Na verdade, é como se houvesse uma inversão da ordem. Veja:
"O pai montou
o brinquedo com o filho."
"O governador traçou os planos para o próximo semestre com o
secretariado."
6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões
correlativas como: "não só...mas ainda", "não
somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto",
o verbo concorda de preferência no plural.
Não só a
seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos
com a notícia.
7) Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por
um aposto recapitulativo, a concordância é feita com esse termo resumidor.
Por Exemplo:
Filmes, novelas, boas
conversas, nada o tirava da apatia.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na
vida das pessoas.
Outros Casos
O Verbo e a Palavra
"SE"
Dentre as diversas funções exercidas pelo "se",
há duas de particular interesse para a concordância verbal:
a) quando é índice
de indeterminação do sujeito;
b) quando é partícula apassivadora.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se" acompanha
os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do
singular.
Exemplos:
Precisa-se de governantes
interessados em civilizar o país.
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.
Quando pronome apassivador, o "se" acompanha
verbos transitivos diretos (VTD) etransitivos diretos e indiretos
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve
concordar com o sujeito da oração.
Exemplos:
Construiu-se um posto de
saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.
O Verbo
"Ser"
A concordância verbal se dá sempre entre o verbo e o sujeito da oração.
No caso do verbo ser, essa concordância pode ocorrer também entre o verbo e
o predicativo do sujeito.
O verbo ser concordará com o predicativo do sujeito:
a) Quando o sujeito for representado pelos pronomes - isto,
isso, aquilo, tudo, o - e o predicativo estiver
no plural.
Exemplos:
Isso são lembranças inesquecíveis.
Aquilo eram problemas gravíssimos.
O que eu admiro em você são os
seus cabelos compridos.
b) Quando o sujeito estiver no singular e se referir
a coisas, e o predicativo for um substantivo no plural.
Exemplos:
Nosso piquenique foram
só guloseimas.
Sujeito
Predicativo do Sujeito
Sua rotina eram
só alegrias.
Sujeito Predicativo do Sujeito
Se o sujeito indicar pessoa, o verbo concorda com esse sujeito. Por
exemplo:
Gustavo era só
decepções.
Minhas alegrias é esta criança.
Obs.: admite-se a concordância no singular quando se
deseja fazer prevalecer um elemento sobre o outro. Por exemplo:
A vida é ilusões.
c) Quando o sujeito for pronome interrogativo que ou quem.
Por exemplo:
Que são esses
papéis?
Quem são aquelas crianças?
O Verbo
"Ser" (continuação)
d) Como impessoal na indicação de horas, dias e distâncias, o
verbo ser concorda com o numeral.
Exemplos:
É uma hora.
São três da manhã.
Eram 25 de julho quando partimos.
Daqui até a padaria são dois quarteirões.
Saiba que: Na indicação de dia, o
verbo ser admite as seguintes concordâncias: 1) No singular: Concorda com a
palavra explícita dia. Por Exemplo: Hoje é dia quatro de
março. 2) No plural: Concorda com o
numeral, sem a palavra explícita dia. Por Exemplo: Hoje são
quatro de março. 3) No singular: Concorda com a
ideia implícita de dia. Por Exemplo: Hoje é
quatro de março. |
e) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for
seguido de palavras ou expressões como pouco, muito, menos de, mais
de, etc., o verbo ser fica no singular.
Exemplos:
Cinco quilos de
açúcar é mais do que preciso.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu
vestido.
Duas semanas de férias é muito para mim.
f) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for
pronome pessoal do caso reto, com este concordará o verbo. Por
exemplo:
No meu
setor, eu sou a única mulher.
Aqui os adultos somos nós.
Obs.: sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) representados por
pronomes pessoais, o verbo concorda com o pronome sujeito.
Por Exemplo:
Eu não sou ela.
Ela não é eu.
g) Quando o sujeito for uma expressão de sentido
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o
verbo ser concordará com o predicativo. Por exemplo:
A grande maioria no
protesto eram jovens.
O resto foram atitudes imaturas.
O Verbo
"Parecer"
O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite duas
concordâncias:
a) Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o
infinitivo. Por exemplo:
Alguns colegas pareciam chorar naquele
momento.
b) A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo
sofre flexão. Por exemplo:
Alguns colegas parecia chorarem naquele
momento.
Obs.: a primeira construção é considerada corrente, enquanto
a segunda, literária.
Atenção:
Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.
Por exemplo:
As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.)
A Expressão
"Haja Vista"
A expressão haja vista admite as seguintes construções:
a) A expressão fica invariável (seguida ou não de
preposição). Por exemplo:
Haja vista as lições dadas
por ele. ( = por exemplo)
Haja vista aos fatos
explicados por esta teoria. ( = atente-se)
b) O verbo haver pode variar (desde que
não seguido de preposição), considerando-se o termo seguinte como sujeito.
Por exemplo:
Hajam vista os exemplos de
sua dedicação. ( = vejam-se)
Vídeos:
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