segunda-feira, 1 de março de 2021

Literatura de cordel - 9º ano - Professora Roberta Christiane


Literatura de cordel 

   A literatura de cordel tornou-se uma tradicional forma de narrativa no Nordeste brasileiro, sendo, há algumas décadas, não apenas um elemento da cultura nordestina e nortista, mas um propagador das tradições dessas regiões. Sua origem vem dos trovadores medievais e da Renascença, que, com a possibilidade de imprimir em grande escala, criaram não só os cordéis, como deram início à imprensa.

Origem

   O cordel foi originado em Portugal pelos trovadores medievais, que, nos séculos XII e XIII, cantavam poemas, espalhando histórias para a população a qual, em sua grande maioria, não era letrada. Com a criação de métodos de impressão em larga escala na Renascença, possibilitou-se a grande distribuição da palavra, que, até então, era apenas cantada. Assim o cordel nasceu, popularizando-se pelo povo por meio da exposição dos papéis pendurados em cordas — ou cordéis, como são chamadas em Portugal.

   Chegou ao Brasil por meio dos colonizadores, popularizando-se e auxiliando na criação e manutenção do imaginário popular e folclórico dos estados do Norte e do Nordeste brasileiros. Os cordéis até hoje são muito importantes para a preservação dos costumes regionalistas e pelo incentivo à leitura, ajudando na diminuição de analfabetismo nesses locais.

   Com linguagem simples, os cordéis espalharam-se pelo Brasil por meio dos repentistas — violeiros que cantavam as histórias escritas pelos poetas de bancada, nome esse atribuído aos autores de cordéis que manufaturavam suas próprias publicações.

Principais características

  • As xilogravuras que ilustram as páginas dos poemas acabam por ser uma grande característica dos cordéis. A técnica é bastante usada por partir do mesmo princípio de impressão das palavras: uma base que é esculpida como um carimbo e prensada em uma superfície, deixando o negativo impresso.
  • Possui musicalidade por ter métrica e rimas em seus versos.
  • Os cordéis tratam dos costumes locais, fortalecendo as identidades regionais e o folclore.

Exemplo de cordel

Ai! Se sêsse!...

Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dois se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?…
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!

(Zé da Luz)

Fontes:

https://www.portugues.com.br

https://mundoeducacao.uol.com.br


Podcast - https://anchor.fm/roberta-christiane

Professora Roberta Christiane.

Língua Portuguesa.

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